Artista da performance terapia (integrante do coletivo de performance política Efímeras, Coletivo de Performance Política) e da pintura mural (fazendo parte da Brigada de Mulheres Muralistas), a Bienal 12 apresenta três registros da performance que Liuska realizou na frente de prédios emblemáticos da cidade de Concepción, no Chile. São seus “exercícios de protesto”, realizados em 2010, nos quais a artista expõe o seu corpo nu coberto de tinta vermelha, preta e amarela. O vermelho na frente do prédio dos Tribunais de Justiça (que a artista renomeia de “In-justiça”), que relaciona a diferentes tipos de violência que se exercem sobre a população; o preto frente à Catedral, que se contrapõe ao branco da pureza ou castidade que a igreja procura transmitir; o amarelo que utiliza frente a Pinacoteca em Concepción, que relaciona com a luz que não é vista pelos que seguem um mentor ou professor que reproduz um sistema de educação mercantilizado e desigual. A intervenção traz os ecos da luta estudantil que tenta liberar os jovens endividados pelos empréstimos de uma educação tarifada.  O ponto de partida da Liuska é o seu próprio corpo nu, que ela cobre durante a performance de tinta, para rejeitar os cânones de beleza socialmente aceitos assim como os elementos repressivos representados pela justiça, a Igreja e o sistema educativo.  O corpo se levanta como um instrumento de protesto.

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