A série Tatsuniya (2017) teve início como uma foto-documentação dos alunos da escola Shehu Sanda Kyarimi em Maiduguri, Nigéria - parte de um projeto fotojornalístico mais amplo sobre as experiências de alunos afetados pelos conflitos com o Boko Haram na região. A série, entretanto, se transformou em um desdobramento lúdico de narrativas e acontecimentos relacionais em torno da criação de imagens nas quais Rahima Gambo está totalmente envolvida. Quais são os elementos intangíveis que surgem quando você reúne um grupo de jovens mulheres, mantendo espaço para que a expressão criativa aconteça? Quais possibilidades surgem quando nos concentramos naquilo que não pode ser precisa e completamente registrado pela câmera: os elos formados quando nos reunimos em comunidade para falar e ouvir, ensinar e aprender, brincar e nos expressarmos? Ao enfatizar essas importantes questões, Gambo relega o Boko Haram, além dos traumas geralmente citados e associados ao conflito, a uma nota de rodapé. Através de Tatsuniya, ela compartilha o seu encontro com o lúdico, energia e interconectividade, além da fluidez presente no espaço ambíguo entre movimento e imagens estáticas, entre a realidade e ficção.