Vivendo e trabalhando em Saint Croix, parte das antigas Índias Ocidentais Dinamarquesas (atualmente Ilhas Virgens dos Estados Unidos), a artista visual La Vaughn Belle concentra sua investigação - através de desenhos, pinturas, vídeos, instalações, intervenções públicas e performances - na colonialidade, suas implicações, marcas tangíveis e seus efeitos no passado e presente? Como tornar visível o que não é lembrado? Sua exploração dessa questão crucial por meio de seu envolvimento com elementos arquitetônicos, históricos e arqueológicos é, ao mesmo tempo, magistral e lírica, criando um espaço para a exploração de contextos sociais e narrativas coletivas. Para a 12ª Bienal do Mercosul, Belle produziu uma versão em larga escala do seu trabalho Tempestade (e outras interrupções violentas do pitoresco) (2016-2020). Originalmente uma série de desenhos feitos com carvão sobre papel, os desenhos estão, nesta versão, aplicados diretamente nas paredes. Ao contrastar uma majestosa palmeira com imagens caóticas de uma tempestade, a obra se mostra como uma ruptura para narrativas do pitoresco geralmente relacionadas à paisagem caribenha no discurso colonial. Ela revela a tensão entre as ideias de fragilidade, vulnerabilidade e resistência.