A acentuada desigualdade social da Índia, constituída por rígida hierarquia de castas, instiga a produção de Amol Patil, artista conceitual e performer, com trânsito em diferentes linguagens, como desenho, pintura, instalação, vídeo e arte cinética. Patil concebeu Reminiscence, comissionada pela 14ª Bienal do Mercosul, como ressonância do legado de seus antepassados. O avô, poeta, e o pai, ativista teatral, participavam do Powada, um grupo de performers composto por varredores de rua, que não tinham local específico para as apresentações e itineravam por diferentes cidades.
Estruturada como uma instalação sensorial, a partir dos traços cartográficos da peregrinação do grupo, a obra provoca a percepção da força e da vibração desta expressão artística ao mesmo tempo em que suscita um estado meditativo e de tomada de consciência. O trabalho do artista reverbera a potência da arte como manifesto e instância de mobilização.
Diego Groisman
Amol K. Patil (Índia, 1987) é um artista cujo trabalho explora temas de migração, trabalho e as experiências vividas em comunidades da classe trabalhadora. Sua prática artística inclui pintura, escultura, performance e vídeo. Sua obra participou de inúmeras exposições, incluindo na Hayward Gallery (Londres, 2023), Kochi-Muziris Biennale (2022–2023), Documenta 15 (Kassel, 2022), Yokohama Triennale (2020) e no Centro Pompidou (Paris, 2017). Vive em Amsterdã, Holanda.
