A produção de Bonikta é marcada pela diversidade de técnicas e linguagens, incluindo ilustrações, grafite, pinturas, fotografias, vídeos e animações. A ancestralidade amazônida e o contexto desigual e exploratório das grandes cidades são recorrentes em sua obra, que lança mão de recursos tecnológicos para criar cenários e personagens que reforçam o entendimento de que não se pode imaginar o futuro e o presente sem a existência e o protagonismo dos povos originários.
Bonikta participa da 14ª Bienal do Mercosul com um trabalho comissionado que aborda a cultura das festas de aparelhagem do Pará. Para o artista, as aparelhagens são percebidas como estratégias criativas de sobrevivência e inventividade, pois surgem nas periferias e para as periferias. Através das tecnologias desenvolvidas nesses contextos, manifestam-se inúmeras criações estéticas e rítmicas originais, que circulam de cidade em cidade, atravessando rios e estradas e arrastando multidões por onde passam.
Fernanda Medeiros
Bonikta (Brasil, 1996) é multiartista independente, pesquisador e produtor cultural, natural cria de Ourém, interior da amazônia paraense. Cria e expressa a partir das aparições artísticas das Boniktas, que desenham um universo encantado inspirado no cotidiano e no imaginário amazônico, reflexos de suas vivências e sonhos que traçam travessias entre o interior e a cidade, a rua e a floresta, na subida e na descida do rio. Ele participou da primeira edição da Bienal das Amazônias. Vive em Belém, Brasil.
