Emilija Škarnulytė, artista e cineasta, concentrou-se na interseção entre o documentário e a ficção, produzindo obras que assinalam forças imateriais que moldam nosso mundo, tais como o deep time. Com base nos campos do cósmico, geológico, ecológico e político, suas instalações imersivas e obras cinematográficas criam um espaço em que os públicos são convidados a vivenciar realidades que, muitas vezes, escapam à percepção convencional.
No filme Riparia, Škarnulytė traça o caminho do Rio Rhône enquanto ele flui pelo Lago de Genebra. Empregando a fotogrametria e sensores subaquáticos, a artista mescla a poética da hidrologia com histórias mitológicas que nos transportam para as zonas lacustres (à beira do lago), as ripárias (as bordas onde a terra encontra a água) e as bentônicas (no fundo do solo oceânico). A câmera da artista é usada para revelar as camadas da paisagem moldadas pelas ações humanas nestes ecossistemas.
Yina Jiménez Suriel
Emilija Skarnulyte (Lituânia, 1987) é uma artista e cineasta. Trabalhando entre o documentário e a ficção especulativa, suas obras em vídeo levam o público a locais como usinas nucleares desativadas, unidades de armazenamento de dados no fundo do mar, cidades submersas esquecidas e fenômenos naturais misteriosos. Recentemente, a artista apresentou trabalhos na Bienal de Gwangju, na Bienal de Helsinque, na Bienal de Vilnius e na Trienal Henie Onstad. É co-fundadora e co-diretora do Polar Film Lab, um coletivo de prática de filme analógico localizado em Tromso, na Noruega, e é membro do duo artístico New Mineral Collective.