Com mais de quatro décadas de carreira, Gervane de Paula possui uma prática majoritariamente baseada no campo da pintura e da experimentação com a cor, além de se dedicar também à escultura, à criação de objetos, ao desenho e à performance. Nascido em Cuiabá, reside na cidade até hoje, onde tem seu ateliê, chamado Boca de Arte. Sua pesquisa e prática como artista visual problematizam as ficções em torno das noções de “centro” e “periferia”, “branquitude” e “negritude”. Comumente o faz em uma chave ácida, na qual predomina um certo humor absurdo, por vezes, articulado pela presença da escrita.
Em parceria com o Projeto Ling, que, neste ano de 2025, conta com a colaboração do curador Paulo Henrique Silva, a 14ª Bienal do Mercosul apresenta um mural feito por Gervane e curado por Silva. É a primeira vez que o artista mato-grossense expõe tanto em Porto Alegre quanto no Sul do Brasil.
Raphael Fonseca
Gervane de Paula (Brasil, 1961) é um artista visual autodidata. Desenha, pinta, fabrica objetos artísticos e realiza instalações. Sua pesquisa se utiliza de um humor ácido para pensar tópicos como as noções de centro e periferia, Centro-Oeste e Sudeste brasileiros, além de realizar críticas ao sistema das artes visuais e à destruição de importantes biomas brasileiros. Teve sua primeira retrospectiva - “Como é bom viver em Mato Grosso” - realizada no ano passado na Pinacoteca de São Paulo. Além disso, já mostrou suas obras em exposições coletivas e individuais em Belém do Pará, Fortaleza, La Paz, Rio de Janeiro e Washington. Indicado ao Prêmio Pipa (2018). Vive em Cuiabá, Brasil. Participa da Bienal do Mercosul dentro do projeto LING Apresenta, do Instituto Ling, que em 2025 tem curadoria de Paulo Henrique Silva.