Tang Han trabalha com filme, vídeo, instalação e pintura, recorrendo a materiais históricos para responder a questões contemporâneas sobre as intersecções entre ecologia, feminismo e cultura de consumo. Comissionada pela 14ª Bienal, a artista apresenta dois trabalhos que partem de plantas medicinais: a instalação Rhizoming Wind: Forecasting e a adesivagem vinílica Ginkgo and Other Times.
A instalação na Fundação Ecarta explora os usos, na medicina chinesa, da orquídea Gastrodia elata, conhecida por tratar as chamadas “doenças do vento”, relacionadas ao sistema nervoso, como derrames e enxaquecas. Já a adesivagem vinílica na Casa de Cultura Mario Quintana parte da Ginkgo biloba, considerada um fóssil vivo, pois existe há mais de duzentos milhões de anos. A obra está vinculada ao filme de mesmo título, que a artista produziu, em 2023, e no qual explora a ética ecológica na escrita sobre a natureza e nos antigos contos populares chineses. Inspirada na ficção científica botânica, no taoísmo e na tecnologia de ponta, Tang revela conexões negligenciadas por nossos sentidos mais fundamentais na composição da vida e de seus ciclos de transformação.
Taís Cardoso
Tang Han (China, 1989) é artista visual e cineasta, formada pela Guangzhou Academy of Fine Arts e mestre pela Berlin University of Arts. Seus vídeos, filmes, instalações e textos se baseiam em sua própria experiência de colisão cultural, partindo de elementos ou questões oriundos daquilo que na vida cotidiana tomamos por certo ou ignoramos. Ao investigar arquivos e apropriar-se de imagens da cultura pop e do consumismo, a artista os coloca em novas perspectivas. Seu trabalho foi exibido no KW Institute for Contemporary Art, na Kunsthaus Dresden, no HOW Art Museum, Xangai e no Image Forum Festival, no Japão, onde foi premiada. Vive em Berlim, Alemanha.