A celebração da negritude queer está no cerne da prática artística de Jacolby Satterwhite. Com uma abordagem transdisciplinar, através de instalações imersivas em mídias digitais e realidade virtual, o artista constrói mundos extraordinários, trazendo referências tanto da cultura visual contemporânea quanto da mitologia, onde rituais e fantasia se unem na exaltação da liberdade.
Satterwhite participa da Bienal do Mercosul com duas obras: A Metta Prayer e Neverending Time Forever III, que, em conjunto, formam uma videoinstalação multimídia em quatro canais que combina música, iluminação, vídeo em alta definição e animação 3D – tudo criado pelo próprio artista. O título da obra A Metta Prayer é emprestado de um mantra budista cuja finalidade é o cultivo de sentimentos de amor e benevolência. Em paisagens fantásticas ou cenários urbanos gerados por computador, as personagens da obra subvertem a lógica dos videogames de ação, realizando coreografias, cantando e transmitindo mensagens positivas, tendo como trilha sonora uma house music de contagiante vibração gospel.
Leo Felipe
Jacolby Satterwhite (Estados Unidos, 1986) é conhecido por uma prática que aborda temas cruciais de ritual, fantasia, liberdade e construção de mundo por meio de instalação imersiva, realidade virtual e mídias digitais. Utiliza uma variedade de softwares para produzir animações intrinsecamente detalhadas e filmes de ação ao vivo que compõem um universo cinematográfico particular. Essas animações servem como palco no qual o artista sintetiza as múltiplas disciplinas que abrangem sua prática como ilustração, performance, pintura, escultura, fotografia e escrita. O trabalho de Satterwhite foi apresentado em inúmeras instituições como o Whitney Museum, a Haus der Kunst, o MoMA PS1, o Studio Museum, dentre outros. Vive em Nova Iorque, Estados Unidos.