Julia Isídrez, artista de ascendência guarani, aprendeu técnicas de cerâmica de sua cultura com sua mãe, a artista Juana Marta Rodas, com quem expôs em diversas ocasiões, incluindo a 2ª Bienal do Mercosul, em 1999. Além disso, Isídrez desenvolveu um trabalho de transmissão dessas técnicas. A artista explora diferentes formas, volumes, linhas e dimensões através do barro – primeiro preparado com os pés e depois moldado manualmente, seguindo a herança de suas antepassadas.
Nesta série de esculturas, comissionada pela 14ª Bienal do Mercosul, a artista justapõe a tradição das peças utilitárias guaranis de Itá e as formas experimentais zoomorfas, principalmente nas interações com os animais que habitam o entorno de sua casa desde sua infância. Isídrez parte dos formatos de urnas e vasos em seus experimentos e jogos formais para criar peças que transformam e alteram os aspectos convencionais dos animais retratados, evidenciando o repertório visual, formal e também ficcional que constitui a sua obra.
Gabriela Wieczorek
Julia Isídrez (Paraguai, 1967) aprendeu a trabalhar com argila com sua mãe Juana Marta Rodas (1925-2013). Tanto mãe quanto filha honram uma tradição centenária cujas raízes remontam aos tempos pré-colombianos no Paraguai, seguindo as técnicas de seus ancestrais guaranis. Todo o trabalho é feito em colaboração com familiares e parceiros que trabalham ao lado da artista na Casa Museo Arte, onde ela ensina e cria suas peças. Seu trabalho foi exibido em exposições coletivas e individuais em instituições como a 60ª Bienal de Veneza, o Museo del Barro, a 2ª Bienal do Mercosul, a Trienal de Santiago, dOCUMENTA 13, entre outras. Suas obras estão nas coleções da Fondation Cartier Pour l'Art Contemporain, do Denver Art Museum e do Museo del Barro. Vive em Itá, Paraguai.