Voltada para o gênero da pintura de paisagem, com resultados próximos à abstração, a produção artística de Marina Rheingantz se insere em um lugar ficcional entre ambas (a paisagem e a abstração), relativizando as certezas sobre o que está sendo visto. “Atmosféricos” e “brutos” são termos associados conceitualmente aos seus trabalhos, cuja materialidade é fruto de um processo em aberto, atento às possibilidades sensoriais das tintas.
Rheingantz participa da 14ª Bienal do Mercosul com suas pinturas a óleo, incluindo duas de grande escala. Os trabalhos criam paisagens a partir de pequenas figuras em movimento, que se abrem em cores. Às vezes compostas de elementos mínimos e/ou tons mais fechados, as obras reverberam o ritmo de sua espacialidade etérea. Combinando padrões formais, campos de cor e gestos instintivos, elas evidenciam a textura e os efeitos cromáticos, evocando um espaço oscilante.
Charlene Cabral
Marina Rheingantz (Brasil, 1983) é pintora e reconfigura a pintura de paisagem em composições que combinam o ordenamento formal de padrões e campos de cor com marcas gestuais instintivas, informada por um arquivo de eventos meteorológicos, memórias, fotografias e lugares. Suas telas produzem amplos espaços imaginários, dissolvendo a topografia em elementos mínimos e alusivos. Já expôs em renomadas galerias e museus no Brasil e internacionalmente, incluindo o Museu de Arte de São Paulo e o Museu de Arte do Rio. Foi finalista do Prêmio Pipa. Sua obra integra importantes coleções, tais como o Centre Pompidou, a Pinault Collection, o Instituto Inhotim, o Moderna Museet, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e a Taguchi Art Collection. Vive em São Paulo, Brasil.
