Tecnologias digitais podem ser ferramentas para a promoção de solidariedade, reconhecimento e possibilidade de vida para povos originários. O New Red Order se autodenomina uma “sociedade secreta pública” e tem nos irmãos Adam e Zack Khalil, da etnia Ojíbua, e em Jackson Polys, do povo Tlingit, seus principais articuladores. As aspirações e a imaginação dos indígenas da América do Norte e os desafios enfrentados em defesa de autonomia e dignidade constituem a prática artística do coletivo.
Através da técnica da fotogrametria, que produz informações tridimensionais de objetos ou estruturas a partir de fotografias, a nova ordem vermelha fagocita o estatuário colonial em Culture Capture: Crimes Against Reality. Esculturas de James Earle Fraser, significativas para o mito da colonização estadunidense, são metamorfoseadas em uma entidade digital que também emula o orgânico e pretende inverter os processos de captura que marcam a história do continente americano desde a invasão dos europeus.
Leo Felipe
New Red Order (Ojibway e Tlingit/Estados Unidos, 2016) é um coletivo indígena com contribuições de Adam Khalil (Ojibway), Zack Khalil (Ojibway) e Jackson Polys (Tlingit). O grupo utiliza vídeo, performance e apropriação crítica para abordar narrativas coloniais e criar espaços de reflexão e solidariedade em relação à cultura indígena. Nos seus trabalhos frequentemente exploram as contradições das representações e desejos em torno da identidade indígena, propondo reconfigurações desses significados em um contexto contemporâneo. O coletivo já exibiu suas obras em instituições como o MoMA, o Whitney Museum, a Bienal de Toronto, o Festival Sundance, o Walker Art Centre e a Bienal de Sharjah. Vivem em diferentes cidades do mundo.
