Em sua poética, Nikita Gale explora a relação entre materiais ordinários e poder. Interessa-lhe como os silêncios e as (in)visibilidades instauram disposições crítico-políticas. Com formação em antropologia, arqueologia e novos gêneros, Gale tem seu processo de criação atravessado por vivências que extrapolam o campo das artes visuais, operando em vias transdisciplinares.
De suas pesquisas, eclode Private dancer, instalação composta por treliças utilizadas em iluminação de espetáculos dispostas em configurações diferentes das usuais, além de luzes programadas que dançam ao ritmo da música de Tina Turner que confere título à obra. Essa ambientação imersiva e silenciosa convida o espectador a se deslocar por uma zona de incertezas e experienciar estranhamentos através dos quais uma nova relação é produzida. Cria-se um espaço-tempo que viabiliza reflexões sobre tecnologias de consumo enquanto mediação e extensão do corpo, além da automação na performance contemporânea.
Diego Hasse
Nikita Gale (Estados Unidos, 1983) é artista visual e antropóloga. Seu trabalho explora a relação entre materiais, poder e atenção, além de examinar as maneiras pelas quais o silêncio, o ruído e a visibilidade funcionam como posições e condições políticas. Suas instalações confundem limites formais e disciplinares, envolvendo-se com preocupações de mediação e automação na performance contemporânea. Seu trabalho foi exibido recentemente no Whitney Museum, na Galeria Chisenhale, no LAXART, no 52 Walker, no MoMA PS1, na Kunstraum Kreuzber, dentre outras instituições. Vive em Los Angeles, Estados Unidos.