Sandra Vásquez de la Hora se dedica majoritariamente ao desenho. Em sua produção, este suporte extrapola a bidimensionalidade, assumindo um caráter escultórico e instalativo. Desde o final dos anos 1990, a artista finaliza seus trabalhos com um mergulho em cera, o que lhes atribui sustentação e movimento, além de contribuir para os efeitos de cor, profundidade e translucidez.
Comissionada pela 14ª Bienal do Mercosul, Vásquez de la Hora apresenta dois trabalhos cujos temas refletem o seu interesse pela confluência entre o onírico, o memorialístico, o simbólico e o mitológico. Na obra Yemanyá, a artista faz referência à divindade de matriz africana, presente em diversas religiões no continente americano, que rege as águas e simboliza a abundância e a fertilidade. No desenho Los Ciclos Lunares, essa mesma simbologia se faz presente na personificação da natureza e seu poder de fecundação.
Anelise Valls
Sandra Vasquez de La Horra (Chile, 1967) é uma artista cujo trabalho explora mitologia, espiritualidade e o corpo humano. A artista desenha principalmente com lápis grafite e aquarela em papel e depois mergulha suas obras em cera, criando um efeito translúcido. Participou da 59ª Bienal de Veneza. Recentemente, teve seus trabalhos mostrados em instituições como a Akademie der Künste, o Denver Art Museum e a Gutshaus Steglitz. Recebeu o Prêmio Käthe-Kollwitz, na Alemanha, em 2024. Vive em Berlim, Alemanha.
