Utilizando o audiovisual como o principal formato em sua produção, Taiki Sakpisit tem se dedicado a explorar a turbulenta história da Tailândia e as tensões e violências políticas que atravessam o país até a contemporaneidade. Seus filmes se destacam pela exímia composição fotográfica, aliada a uma montagem eloquente e ambientação sonora profunda, combinação que alcança intensa carga sensorial, conduzindo a uma experiência fenomenológica sobre o que está sendo mostrado.
The Spirit Level (2023) é um filme de 21 minutos, em preto e branco e em cores, que, de forma sutil, mas perturbadora, alude a uma situação de apreensão. Um cronômetro marca o tempo enquanto se desenrolam imagens de cursos d’água e elementos sincréticos religiosos, culminando em um ritual espiritual levado a cabo por uma médium e tendo como desfecho quadros de um abatedouro. Sakpisit aborda, neste trabalho, a violenta morte de três ativistas antigoverno, cujos corpos foram encontrados mutilados no rio Mekong, no Nordeste da Tailândia, em 2019.
Charlene Cabral
Taiki Sakpisit (Tailândia, 1975) é um cineasta e artista visual. Suas obras mergulham nas tensões, conflitos e antecipações subjacentes da Tailândia contemporânea, meticulosamente elaboradas por meio de uma montagem audiovisual precisa e sensível. Utilizando uma gama diversificada de sons e imagens, Sakpisit cria experiências imersivas que desafiam narrativas convencionais e provocam o pensamento. Seu longa-metragem The Edge of Daybreak recebeu o prêmio FIPRESCI no Festival Internacional de Cinema de Rotterdam. Seus trabalhos recentes foram exibidos na Bienal de Gwangju, no Museu de Arte Contemporânea de Busan e na Bienal de Arte de Bangkok. Vive em Bangkok, Tailândia.
