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CAIS DO PORTO

Terça a domingo, das 9h às 19h

Última entrada: 18h

Armazém A6 | Cais do Porto

Entrada pelo Cais Embarcadero



ARTISTAS:

Adrianna eu

Adrianna eu

Rio de Janeiro, Brasil, 1972. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

Refletir sobre quem somos e o que realmente queremos está no centro da instalação de Adrianna eu. Um garimpo de si propõe um mergulho subjetivo a partir da experiência de sonhar de olhos abertos: adentrar as vísceras daquilo que somos e nos tornamos ao longo da vida. Garimpar deriva do verbo grimpar, que significa subir por um terreno difícil. Em meio a um emaranhado de linhas, peneiras suspensas balançam em um vai e vem incessante. Escadas pintadas de preto remetem ao escuro dos olhos fechados ou àquilo que velamos por não suportarmos, levando-nos pelos caminhos labirínticos e complexos do inconsciente. Em um país garimpado de tantas formas e a qualquer custo, a artista nos coloca diante de uma reflexão urgente.

Antonio Tarsis

Antonio Tarsis

Salvador, Brasil, 1995. Vive e trabalha em Londres, Inglaterra.

A pesquisa de Antonio Tarsis está ligada às cidades e aos materiais que ele encontra na rua – objetos como frascos de medicamentos, balas de revólver e caixas de fósforo. Para o artista, o caminhar funciona como modo de conhecer e reconhecer a cidade e seus territórios. Na coleta e transposição de materiais para o mundo da arte, Tarsis transforma elementos em pequenos registros de seu próprio tempo e local, debatendo questões que vão além dos usos cotidianos de tais objetos. O ambiente instalativo feito com caixas de fósforo propõe uma imersão para ativar a memória coletiva em torno desse objeto tão popular no Brasil. A instalação evoca, em um segundo plano, discussões sobre temas importantes como o desmatamento, as minas de carvão, o alimento e a morte.

José Bento

José Bento

Salvador, Brasil, 1962. Vive e trabalha em Belo Horizonte, Minas Gerais.

A falta de oxigênio, que figurou em manchetes aterradoras entre 2020 e 2021, ganha diferentes significados no trabalho de José Bento. Sua instalação é composta por objetos que representam, em tamanho real, cilindros de oxigênio hospitalares. As esculturas de madeira são realizadas por meio da técnica manual de desbaste, lixamento e polimento. O artista cria uma floresta de cilindros, utilizando madeiras variadas que representam os quatro principais biomas brasileiros: o Atlântico, o Amazônico, o Cerrado e a Caatinga. Há também madeiras de outros países, sinalizando que a falta de ar é global e tão ampla quanto a diversidade de leituras da obra Ar.

Karola Braga

Karola Braga

São Caetano do Sul, Brasil, 1988. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

As conexões entre cheiros, palavras e memória são centrais na pesquisa poética de Karola Braga. O projeto Em suas mãos surpreende o visitante em um espaço inusitado: os banheiros dos espaços expositivos. Saboneteiras confeccionadas em latão são acompanhadas por sabonetes líquidos com diferentes aromas, que variam desde os mais familiares até os mais complexos, convidando o visitante a revisitar ou criar memórias. Já em Lágrimas, terra e crisântemo, um lençol é embebido em cheiro de luto – formado pelos aromas que dão título à obra – e, preso em um varal, libera seu aroma quando movimentado pelo vento. A artista inverte a ideia de assepsia relacionada a um lençol limpo, branco, secando no varal, provocando o visitante com o cheiro que dele se desprende.

Leandro Lima

Leandro Lima

São Paulo, Brasil, 1976. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

Fazendo uso de diferentes tecnologias, das mais avançadas às mais simples, a produção de Leandro Lima se debruça sobre diferentes experiências do observador com o espaço, a cidade, as instituições, o contexto urbano e o cotidiano. O artista cria sistemas complexos que imitam seus equivalentes reais e funcionam de forma muito próxima a eles. É o caso de Travessia, obra formada por uma longa peça de madeira, com uma estrutura vertebral conectada a uma quilha central, composta por 16 braços articulados, remetendo a uma embarcação. Os movimentos da peça simulam o exercício de remada, em diferentes padrões, mas mantendo um sincronismo constante. O conjunto soma esforços criando uma unidade de força. É possível ler a obra, a partir do contexto atual, como um barco para ir e vir, ou para fugir. Os braços, ou remos, que são também feixes de luz, iluminam o caminho para uma possível travessia, uma fuga coletiva em busca de novos caminhos e novos territórios.

Lucas Dupin

Lucas Dupin

Belo Horizonte, Brasil, 1985. Vive e trabalha em Belo Horizonte, Brasil.

O projeto civilizatório baseado na exploração dos recursos naturais e na consequente desvinculação do ser humano do seu entorno conduz a episódios catastróficos e traumáticos cada vez mais frequentes. Com esse cenário em mente, Lucas Dupin constrói a videoinstalação Da memória vegetal. O artista convida o visitante a circular entre estantes de aço inclinadas, repletas de livros que parecem prestes a cair e cobertas por terra, de onde, aos poucos, vão brotando diferentes espécies de organismos. Plantas de grande porte equilibram as estantes nas quais estão acoplados televisores. No vídeo, imagens de eventos traumáticos recentes se sobrepõem a imagens filmadas dentro de florestas e lugares nos quais a natureza resiste sem a interferência dos seres humanos. O artista questiona: tudo está prestes a cair ou resistiremos apesar da catástrofe em curso?

Luisa Mota

Luisa Mota

Porto, Portugal, 1984. Vive e trabalha em Porto, Portugal.


As figuras presentes em Anciãs (5 old ladyes) transitam pela obra de Luisa Mota desde 2009 e representam personagens ancestrais que surgem em um contexto de ritual, benzendo o personagem central, Homem-rapaz. Recorrentes no universo artístico de Mota, essas personagens remetem a temas como mortalidade, sabedoria, ciclos e legados ancestrais. A artista investiga questões de identidade, memória e da experiência corpórea. As figuras escultóricas de tamanho real surgem de um ambiente onírico e transcendental à experiência humana como forma de enfatizar que existem outros planos além da vida, um antes e um depois. A integridade do passado, a longevidade, os ciclos da vida e da morte (e da reencarnação) aparecem como caminhos para reflexões.


Marilá Dardot

Marilá Dardot

Belo Horizonte, Brasil, 1973. Vive e trabalha na Cidade do México, México.

A instalação Zero Tolerance Silver Clouds conecta a política estadunidense de imigração “Tolerância Zero” à instalação Silver Clouds (1966), de Andy Warhol. Em 2018, imagens de um centro de detenção no Texas chocaram o público ao mostrar aproximadamente 3 mil crianças presas e separadas de seus pais. Em um espaço gradeado, que Dardot interpreta como uma gaiola, as crianças usavam cobertores prateados feitos com o mesmo material utilizado por Warhol nos balões de sua obra. Evocando um ícone da arte contemporânea, Marilá Dardot confronta os ideais do “sonho americano” com as reais políticas migratórias do país, que impedem os sonhos de muitas pessoas.

Panmela Castro

Panmela Castro

Rio de Janeiro, Brasil, 1981. Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil.

O foco da poética de Panmela Castro é o que ela chama de "busca incessante de afeto”. No centro de sua produção estão as relações de alteridade e as questões ligadas ao sentimento de pertencimento. A artista desenvolve obras a partir de diferentes memórias, transitando pelas ruas como uma andarilha em um processo de deriva afetiva, em busca de novos vínculos e conexões com aquilo que a cerca e com a arte. Na Bienal, Castro apresenta uma série de cinco instalações de spray sobre espelho, espalhadas em diferentes espaços (Casa de Cultura Mario Quintana, MARGS e Cais). Mulher pioneira na pichação, prática até então majoritariamente masculina, a artista usa suas vivências para evocar a sensação de transgressão que cada um de nós carrega, com frases escritas na ausência de olhos julgadores. A pichação é deixada para os outros, ao passo que, por estarem escritas em espelhos, quem lê repete as frases para si mesmo.

Raphael Escobar

Raphael Escobar

São Paulo, Brasil, 1987. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

A obra de Raphael Escobar tensiona os limites entre drogas lícitas e ilícitas. Ao criar um ambiente que remete ao cenário de um barracão de produção de drogas, a instalação Placebo coloca o visitante em contato com uma grande mesa de aço contendo mais de 20 mil comprimidos feitos à base de café e açúcar. Uma das faces do comprimido exibe um sorriso, e a outra, um risco para parti-lo, comum em remédios. Um vídeo composto a partir de apropriações de vídeos mostra a produção de drogas legais e ilegais, enquanto as legendas narram um passo a passo das etapas baseado na produção de café. A intenção de Escobar é confundir o espectador acerca dos limites entre ambos os tipos de substâncias e, ao mesmo tempo, refletir sobre a relação de proximidade que mantemos com essas drogas.

Sigismond de Vajay & Kevin Lesquenner + LAPSo

Sigismond de Vajay & Kevin Lesquenner + LAPSo

Sigismond de Vajay
Paris, França, 1972. Vive e trabalha em Buenos Aires, Argentina.

Kevin Lesquenner
Brest, França, 1986. Vive e trabalha em Brest, França.

A instalação Biocenosis vem sendo desenvolvida por Sigismond de Vajay desde 2013. Para o projeto apresentado na 13ª Bienal do Mercosul, o artista trabalhou em colaboração com Kevin Lesquenner + LAPSo (Laboratório de Acústica e Percepção Sonora da Universidade de Quilmes). Este é o quinto trabalho de uma série de paisagens que tenta despertar a consciência ambiental por meio da arte, fazendo uso dos códigos clássicos da história da arte. A partir dessa obra imersiva e interativa, que representa um modelo de cidade contemporânea inundada, o artista coloca em debate a fragilidade do ambiente urbano em sua fase final de degradação, procurando despertar a consciência sobre a situação ambiental crítica que vivemos hoje.

Tino Sehgal

Tino Sehgal

Londres, Inglaterra, 1976. Vive e trabalha em Berlim, Alemanha.

Em This Element [Este Elemento], Tino Sehgal utiliza samples de música pop e tons vibracionais que se relacionam com as frequências dos chacras. Entre os trechos escolhidos, há fragmentos de músicas da banda alemã Kraftwerk e da rapper estadunidense Missy Elliot. Esses elementos ajudam a passar de uma frequência para outra, alinhando os chacras e criando um estado meditativo para quem canta e é afetado pelas ondas sonoras. Para o artista, o ato de cantar não apenas conecta corpo, mente e alma, como também permite mostrar conexões mais profundas com nós mesmos e com o que nos cerca. Em tempos de individualismo, This Element reúne um grupo de pessoas a cada duas horas para fazer algo de forma coletiva, lembrando-nos que fazemos parte de algo muito maior do que a nossa própria existência.

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