Primeira reunião do laboratório para o desenvolvimento do material educativo acontece nesta terça-feira, 02 de junho, com participação da artista Renata Felinto
Estar junto. Essa talvez seja uma das principais demandas de nosso tempo. Tempos de dias misturados em que a casa se confunde com as demandas de trabalho, onde câmeras reúnem o privado e o público. Diante de toda a mudança de sensibilidade trazida pela pandemia, uma mostra ao Sul do Mundo tenta buscar sua forma de existência digital.
A Bienal 12 tem, através do seu Programa Educativo tentado encontrar as estratégias adequadas para estar junto com seus públicos nas formas sensíveis dos dias que chegamos. Se isso nos envolve, de que forma construir um material pedagógico destinado a professores? O que esse material precisa agora? Que elementos não se pode abrir mão? Como trazer as diferentes dimensões de pensamento de uma mostra em tempos de isolamento social? Essas perguntas são o motor da ação do Educativo Laboratório Coletivo Bienal 12: material educativo em tempos de isolamento. Mais uma vez, a mostra busca criar espaços de escuta e compartilhamento com professores, agentes da educação e artistas, além de representantes dos Programas Educativos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS), da Fundação Iberê Camargo (FIC) e do Centro Histórico-Cultural Santa Casa (CHC).
O Laboratório se constitui de cinco encontros utilizando salas de trabalho virtuais, onde professores e educadores das instituições que receberiam a Bienal 12 se reunirão com a equipe do Programa Educativo para levantar as necessidades e elaborar proposições para um material destinado ao trabalho dos professores nas atuais formações da sala de aula, em todas as suas variações. Cada um dos encontros contará com a participação de artistas da Bienal 12, em tempos de troca de suas experiencias poéticas antes e durante a pandemia, articulando temas como: Mulheres na arte, Agrupamentos de mulheres e vida democrática, Colonialismos e decolonialidades, Mulheres e violências, Tecido social e Memória. Cada um dos eixos foi pensado a partir da proposição: Feminismo(s), visualidades, ações e afetos, o tema geral da Bienal 12. Esses eixos se cruzarão com elementos que tocam nas novas noções de domesticidade, a casa, o tempo e os atravessamentos com os dias de isolamento. A proposta é criar um material para os dias atuais e os próximos, e que se constitua a partir das demandas que surgem desse grupo de professores. Cada encontro será tecido pelas trocas entre artistas e professores que buscam mover as dúvidas dos dias que nos tomam. Ao fim do trabalho, em julho, lançaremos o material que será disponibilizado para professores de diferentes níveis de ensino escolar. Uma forma de fazer com que a Bienal 12 reverbere para além do seu tempo expositivo.
Texto de Igor Simões
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