Pioneira na arte da performance na Espanha, feminista e ácrata, integrante do grupo Zaj criado em 1964 na Espanha, Esther Ferrer é representada nesta Bienal pela obra Instalación esquina con triángulos (Instalação Esquina com Triângulos), uma obra que se adapta ao espaço, feita com fios e pregos sobre um muro. A instalação se origina de uma maquete que, como muitas outras, não está datada. Os fios, materiais comuns e frágeis, atravessam o espaço de forma seriada, reiterativa, equidistante. Embora a artista leve em consideração a fiação elétrica que atravessa a paisagem, a sua instalação não diz respeito a uma funcionalidade prática. Os fios determinam o volume, organizam o espaço. “É, de certa forma, desenhar no vazio”, comenta a artista. É frente a estes espaços ou paisagens abstratas que a fragilidade se organiza, que a nossa imaginação se deleita com múltiplas associações possíveis com a natureza ou com as relações sociais. Ou, pelo contrário, podemos observar em estado de expectativa suspensa esta obra minimalista, de ritmos repetidos.